Padre Fausto Tentorio foi assassinado diante da sua Paróquia de Arakan, Cotabato do Norte, na ilha de Mindanao, nas Filipinas. Perto das 8h desta manhã, 17 de outubro, estava saindo com seu carro a caminho de Kidapawan, a 60 km da missão, para um encontro do clero diocesano, quando um homem com capacete, numa motocicleta, aproximou-se e disparou vários tiros.
Há mais de 32 anos, trabalhava junto aos nativos do lugar, os Manobos, na formação e organização das suas pequenas comunidades, nas montanhas. Procurava, assim, atender às suas necessidades e esperanças cotidianas, trabalho e escola, mas "atender" significava também afrontar forças muito poderosas, mais interessadas nos bens materiais e vantagens
particulares do que com a fraternidade local e universal. Anos atrás, ele já fora alvo de ameaça por parte de um grupo armado pertencente ao clã Bagani. Naquela ocasião, recebeu proteção dos mesmos indígenas Manobos.

Padre Fausto nasceu em 7 de janeiro de 1952, na cidade de Santa Maria de Rovagnate e cresceu perto da cidade de Leco, norte da Itália. Ordenado em 1977, partiu para as Filipinas no ano seguinte, para trabalhar na Diocese de Kidapawan. Antes da missão em Arakan, tinha trabalhado na missão de Columbio, Sultan Kudarat, habitada por cristãos, muçulmanos e indígenas B´lang. Era o Coordenador Diocesano dos PopolaP.

Padre Tentorio é o terceiro missionário do Pime assassinado na ilha de Mindanao, depois de padre Tullio Favali, morto em 1985 e padre Salvatore Carzedda, assassinado em 1992.

Caso Tentorio, a polícia identifica o mandante; a sociedade civil em peregrinação

A investigação sobre o assassinato de Pe. Fausto Tentorio, missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) assassinado em 17 de outubro em Arakan, pode estar no ponto de ser resolvida: como referem fontes locais de Fides, Ferdinando Baldoman, agente do National Bureau of Investigation (NBI) no distrito de Sarangani-General Santos, anunciou que o mandante do crime foi identificado. A polícia já recolheu provas e testemunhos diversos. Sobre o nome do homem que tenha mandado a execução, existe o máximo de sigilo porque estão ainda em andamento operações para encontrá-lo. Pe. Gianni Re, Superior do PIME nas Filipinas, está em Arakan (na ilha de Mindanao, sul das Filipinas) para a celebração da missa, a 40 dias após a morte de Pe. Fausto. Numa conversa com Agência Fides Pe. Gianni Re disse: "há alguns dias, circulam notícias de prisão iminente dos assassinos ou mandantes. Elevadas autoridades do Governo me garantiram pessoalmente que a Special Task Force Força está dedicando tempo, energias e recursos para identificar os responsáveis. Aguardamos confiantes os resultados oficiais do inquérito e que justiça seja feita". O Superior frisa que ao governo Aquino "pedimos que prossiga no compromisso de deter a série de crimes impunes e promova a autêntica paz na ilha de Mindanao". A notícia emerge enquanto organizações da sociedade civil criticam a lentidão do inquérito (veja Fides 25/11/2011), temendo o encobrimento do caso. Os grupos temem que - para cobrir os reais responsáveis, presumivelmente ligados a grupos paramilitares manobrados pelo exército - se encontre um inocente a ser punido, como já aconteceu em outros casos de assassinatos extra-judiciais que se repetem em Mindanao.?Hoje, teve início em Davao a peregrinação organizada pelo movimento "Justiça para Padre Tentorio", que agrupa 50 organizações, congregações religiosas, grupos inter-religiosos. Milhares de ativistas e indígenas partiram de Davao rumo a Arakan, onde o missionário está enterrado.

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