A liturgia nos envolve no amor-perdão. Deus se faz presente, dá o seu perdão e nos reconcilia com o Pai e ainda nos alimenta no pão do céu e na Palavra que nos liberta da escravidão do pecado.

A Bíblia, no seu antigo testamento, percebe o aperfeiçoamento do sentido do perdão. No inicio a vingança era proporcional da falta e injustiça de alguém que recebeu de outra pessoa. Ela teria o direito a vingar para que a pessoa não cometesse mais esse delito, mas com o tempo a lei Talião visou a vingança propriamente dita, era uma desforra conforme a ofensa recebida, era dente por dente.

No livro do eclesiástico se percebe uma evolução da mentalidade de vingança, já há o apelo de misericórdia e perdão. O perdão de Deus se condiciona ao perdão nosso ao irmão que nos fere. O ser humano deve pensar no amor e na misericórdia e não mais em vingança, pois Deus é amor e misericórdia. O nosso Deus é compassivo e bondoso como diz o salmo 102. (cf. Eclo 27,33-29,9)

O apostolo Paulo, na sua carta aos romanos, nos ensina e afirma que a Comunidade cristã deve ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. É na comunidade que aprendemos a sermos compassivos e misericordiosos com os nossos irmãos de caminha. Aprendemos a partilhar, a amar e perdoar os que caminham conosco na comunidade rumo ao céu, mas firmes na construção de um Reino de Deus já entre nós. Não podemos ficar em fofocas, descompromisso pastorais e comunitários e nem omissos das nossas responsabilidades em nossos trabalhos. (cf.Rm 14,7-9) Permanecer unidos com todos no essencial e desprezar o secundário e tudo que nos divide.

O evangelista Mateus mostra Jesus revelando um caminho de Reconciliação. Jesus nos ensina como viver em comunidade. Devemos aprender amar e perdoar. Jesus nos dá as diretrizes. Quem ama perdoa sempre, não apenas 7 vezes, pois não há limite para exercer o perdão aos nossos irmãos e irmãs. Todos são destinatários do perdão, principalmente os inimigos. Isso não acontecia entre os judeus.

Agora é uma nova doutrina que se sobrepõe a vingança, mas a lei é do amor e perdão incondicional. Um coração que ama, perdoa e há perfume nesta ação. Isto dignifica o cristão que quer seguir Jesus. Não podemos jamais medir o nosso perdão. Deus ama e nos perdoa apesar das nossas faltas, mas Ele sempre se dispõe a nos perdoar e dar a sua mão para nos erguer do pecado para a vida da graça.

Como podemos pedir perdão a Deus se não perdoamos o nosso irmão e ainda pior ficamos com um coração rancoroso e cheio de ódio? Esta é a pergunta que fazemos a todos nós. Agora com Jesus, aprendemos abrir o nosso coração ao amor e não caberá nele o ódio e a falta de perdão. Assim, queridos irmãos e irmãs, somos chamados a viver esse amor e perdão aos outros porque o perdão é expressão do amor que vem de Deus.(cf. MT 8,21-35)

Bacharel em teologia Jose Benedito Schumann Cunha 08-09-2011


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