A revelação e clareza do caminho de Cristo
A Moral católica é a base do comportamento do cristão; por isso é ensinada na catequese, de modo que o cristão, conhecendo os dogmas da fé e celebrando na liturgia os Sacramentos da salvação, viva também conforme as leis de Deus. O Catecismo da Igreja Católica ensina como deve ser a catequese (CIC §1697): “Importa, na catequese, revelar com toda clareza a alegria e as exigências do caminho de Cristo (Cf. CT 29).
A catequese da “vida nova” (Rm 6,4) em Cristo será:
1 – Uma catequese do Espírito Santo, Mestre interior da vida segundo Cristo, doce hóspede e amigo que inspira, conduz retifica e fortifica esta vida. O Espírito Santo convence o cristão da beleza da “Lei de Cristo”, e o faz vivê-la com gosto, sem peso; é um jugo suave e um fardo leve que verdadeiramente liberta dos pecados e dos vícios e o conduz à santidade.
2 – Uma catequese da graça, pois é pela graça que somos salvos, e é pela graça que nossas obras podem produzir frutos para a vida eterna; sem a graça de Deus o homem não pode vencer a fraqueza da natureza humana prejudicada pelo pecado original. A graça de Deus alimenta e fortalece nossas disposições naturais para vivermos segundo a vontade de Deus.
3 – Uma catequese das bem-aventuranças, pois o caminho de Cristo se resume às bem-aventuranças, único caminho para a felicidade eterna, à qual o coração do homem aspira. No Sermão da Montanha Cristo traçou a “Constituição do Reino de Deus”, a Carta Magna do cristão; a lei da santidade.
4 – Uma catequese do pecado e do perdão, pois, sem se reconhecer pecador, o homem não pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição do reto agir, e sem a oferta do perdão não poderia suportar essa verdade. Reconhecendo-se pecador, e acolhendo o perdão de Deus pelo sangue de Cristo por nós derramado, o cristão se vê livre da pior realidade deste mundo: o pecado. Cristo veio exatamente “para tirar o pecado do mundo” (Cf. Jo 1, 29); Ele é o Cordeiro de Deus que aceitou ser imolado para curar a lepra da nossa alma e nos reconciliar com Deus.
5 – Uma catequese das virtudes humanas, que faz abraçar a beleza e a atração das retas disposições em vista do bem. No lado oposto dos pecados capitais (soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça),o cristão deve viver as “virtudes capitais” (humildade, desprendimento, pureza, temperança, bondade, diligência), que trazem a felicidade a seu coração.
6 – Uma catequese das virtudes teologais da fé, esperança e caridade, que se inspira com prodigalidade no exemplo dos santos. Essas virtudes são relacionadas ao próprio Deus, por isso são teologais; a fé que vem de Deus (“Sem fé é impossível agradar a Deus”); a esperança que nos conduz ao céu, a vida eterna em Deus; e o amor que é a própria realidade de Deus.
7- Uma catequese do duplo mandamento da caridade desenvolvido no Decálogo. São Paulo disse que “a caridade é vínculo da perfeição”, e que, “quem vive a caridade cumpre toda a lei”. Todos os mandamentos foram reduzidos pelo Senhor em: “Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo”. Esta é a Lei e os Profetas.
8 – Uma catequese eclesial, pois é nos múltiplos intercâmbios dos “bem espirituais” na “comunhão dos santos” que a vida cristã pode crescer, desenvolver-se e comunicar-se. Cristo instituiu a Igreja para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos e lugares até que Ele volte; por isso a Igreja é “o sacramento universal da salvação”; ela é necessária para a salvação; sem ela não há os sacramentos da salvação. A catequese deve ensinar o Credo da Igreja, os Sacramentos da Igreja, a Moral da Igreja, a Liturgia da Igreja e a Oração da Igreja.
Esses são os princípios básicos que não podem faltar em uma boa catequese, fiel ao que Cristo Jesus nos ensinou e quer que a Igreja transmita a seus filhos para que sejam salvos.
Prof. Felipe Aquino
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