O batismo nos fez filhos de Deus e membros da Igreja de Cristo. Nela aprendemos a viver em comunidade e ser participante em alguma atividade pastoral. Há muitos trabalhos e outros que vão surgindo de acordo com as necessidades do tempo presente. Há muitos que são excluídos, estão a margem de serviços de saúde, da educação e de moradia. Há muitos que estão passando fome e não tem o mínimo de pão e água que matam a sede e a fome do povo sofrido. Jesus veio não só para ser adorado, mas para ser sinal do amor de Deus que se faz na partilha, nas curas e no amor-perdão que Ele fez e faz até hoje para nós. Ele quer que assumamos a sua pessoa na nossa vida, sendo coerente e fazendo o bem a todos sem exigir nada de troca e nem privilégios. Somos chamados pelo nome e é Ele que nos dá a entidade e missão nesse mundo.

Segue o evangelho desse dia:
“Entretanto, chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há de chamar se João. » Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome. » Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João. » E todos se admiraram. Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judéia se divulgaram aqueles fatos. Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel”.

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja (Sermão 289, 3º para a Natividade de João Baptista )
«Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3,30) O maior dos homens foi enviado para dar testemunho d'Aquele que era mais que um homem. Com efeito, quando aquele que «é o maior de entre os nascidos de mulher» (cf Mt 11,11) diz: «Eu não sou o Messias» (Jo 1,20) e se humilha face a Cristo, temos de entender que há em Cristo mais que um homem. [...] «Sim, todos nós participamos da Sua plenitude, recebendo graça sobre graça» (Jo 1,16). Que quer dizer «todos nós»? Quer dizer os patriarcas, os profetas e os santos apóstolos, aqueles que precederam a Encarnação ou que foram enviados depois pelo próprio Verbo encarnada, «todos nós participamos da Sua plenitude». Nós somos recipientes, ele é a fonte. Portanto [...], João é homem, Cristo é Deus: é preciso que o homem se humilhe, para que Deus seja exaltado.
Foi para ensinar o homem a humilhar-se que João nasceu no dia a partir do qual os dias começam a decrescer; para nos mostrar que Deus deve ser exaltado, Jesus Cristo nasceu no dia em que os dias começam a aumentar. Há aqui um ensinamento profundamente misterioso. Nós celebramos a natividade de João como celebramos a de Cristo, porque essa natividade está cheia de mistério. De que mistério? Do mistério da nossa grandeza. Diminuamo-nos em nós próprios para podermos crescer em Deus; humilhemo-nos na nossa baixeza, para sermos exaltados na Sua grandeza.

Assim, ao refletir o evangelho de São João e ler a reflexão de Santo Agostinho podemos dizer que a nossa missão de evangelizadores deve estar configurado em Cristo. É Ele que deve ser anunciado com coragem sem nenhum medo, pois Jesus não é obstáculo para nossa vida, mas é o Pastor que nos orienta e nos salva. Jesus nos abre os olhos e o coração para as necessidades das pessoas. Com Ele nós aprendemos ser humano e abrir os nossos tesouros que cada um carrega na sua vida. São dons e talentos que são para o serviço do bem comum. Oxalá que todos possam colocar na mesa as ofertas que tornam vida para outro. Assim, o coração se abre e se faz presente na nossa vida e do nosso irmão, sendo que Cristo se visualiza na nossa vida e nosso agir. Amém

Bacharel em Teologia Jose Benedito Schumann Cunha 24-06-2011

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